Competência e agilidade não são mais qualidades?

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Trabalhar com jornalismo sério, em empresa igualmente idônea, incomoda.
No final de semana, a Gazeta de Bebedouro abriu capa com a manchete “Nasser será investigado por peculato e improbidade”, resultado de reportagem realizada com competência e agilidade por nossa redação, depois da coletiva de imprensa convocada pela Prefeitura para relatar sindicância envolvendo o coordenador da Defesa Civil e o vereador, na tarde de sexta-feira (6), véspera de edição.
Correndo contra o tempo, a redação da Gazeta fechou a edição às 22h, da mesma sexta, tomada por sua irrefutável motivação de informar, levando aos seus leitores, o que de interesse coletivo, com agilidade, sem deixar para a próxima edição, a notícia que soube hoje. Mesmo ciente que os fatos teriam repercussão e desdobramentos, já na edição da terça-feira (10).
Mas nossa competência incomoda e querem porque querem dar a isso outro adjetivo, pejorativo é claro, para ferir a credibilidade da Gazeta. Uma hora dizendo que a Gazeta é o jornal do prefeito (até que essa provocação transborde nossa paciência). Outra hora, bradando que a Gazeta mentiu por dar a notícia que nenhum outro veículo deu. Como disse o juiz Sergio Moro, em uma de suas brilhantes colocações na condução do caso Lava-Jato, “o policial que descobre o cadáver, não se torna culpado pelo homicídio”.
Exatamente isso, aqui quem dá a notícia é que é taxado como culpado, não quem fez a besteira.
Uma inversão total. O vereador tomou a palavra na Tribuna da Câmara para, em fúria, ferir a Gazeta por ter noticiado a sindicância envolvendo seu nome. Não seria por óbvio, que este vereador desse esclarecimentos sobre seu envolvimento no caso? Mas, não. O problema é quem descobriu o cadáver, não quem cometeu o homicídio.
Enquanto há tempo, os jornalistas com lastro devem exigir respeito por sua missão de informar. Doa a quem doer.

Publicado na edição nº 9816, dos dias 12 e 13 de de março 2015.