Debates, réplicas, tréplicas e perda de tempo

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Vereadores gastam horas preciosas com troca de alfinetadas que além de não ajudar e deixam projetos importantes a serem discutidos no final da noite.

A Câmara Municipal marcou um gol ao aprovar por unanimidade o projeto de lei que autoriza o convênio entre Prefeitura de Bebedouro e agência Desenvolve São Paulo, que permitirá a vinda de R$ 7 milhões a serem investidos na infraestrutura do Distrito Industrial II.
Porém, até que este momento chegasse, empresários e diretores de empresas interessadas na aprovação da proposta, infelizmente, foram obrigados a assistir um espetáculo de retórica política entre os vereadores.
Bem no começo da sessão, manifestantes entraram no plenário para fazer protesto em solidariedade ao movimento popular de São Paulo, que reivindica redução da tarifa dos ônibus. Foi a dica para que vereadores do PT, PCdoB, DEM e PSDB revezassem-se na tribuna para alfinetadas políticas.
Pensando melhor, todos perderam rara oportunidade de ficar em silêncio, porque as manifestações aconteceram em nível nacional, inclusive com cartazes de críticas a políticos de todos os partidos.
É logico que alguns, nas capitais e até aqui em Bebedouro, correm para sair na foto, ao lado das passeatas, numa risível tentativa de posar como um dos líderes. Quem teve oportunidade de assistir ao programa Roda Viva, da TV Cultura e a outras entrevistas, sabe que os integrantes deste movimento nacional repudiam qualquer oportunismo partidário.
Em nossa cidade, os vereadores deveriam demonstrar na frente dos empresários, preocupação com o desenvolvimento econômico, fomentando ideias para impulsionar os distritos industriais e até táticas para atrair mais empreendimentos para a cidade.
Infelizmente, o que motiva os políticos é puramente as eleições de 2014. E depois que isto passar, vão começar a pensar na disputa eleitoral de 2016. Com este cronograma estranho, a cidade perde tempo e dinheiro.
Nos primórdios, a função dos vereadores era dada a pessoas com a missão de discutir os problemas da comunidade e encontrar soluções. Se fizessem isto, as reuniões até poderiam demorar, mas o debate seria mais rico.

Publicado na edição n° 9561, dos dias 20 e 21 de junho de 2013.