Eles não querem ver: nós vamos pagar

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Antonio Carlos Álvares da Silva

O assunto não sai da mídia e eu sou obrigado a voltar a ele. Trata-se do quadro econômico do Brasil: A economia em recessão, desemprego e inflação em alta e a dívida pública não para de crescer. Com a recessão, a indústria brasileira, sobrecarregada de impostos, perdeu a competitividade. Resultado: O balanço comercial exterior, que sempre foi favorável ao Brasil, está negativo. Só o agronegócio ainda prospera. Depois de 4 anos de gastança, finalmente o governo Dilma acordou e está tentando diminuir os gastos públicos, através de medidas de ajuste do ministro Joaquim Levy. O que propõe é pouco, precisaria ser mais. Embora a precária situação econômica seja do conhecimento geral, muitas categorias se recusam a colaborar com diminuição de gastos. Antes, trabalham para aumentá-los. E estão contando com a cumplicidade do PT. Na teoria, o governo tem maioria na Câmara e no Senado. Mas, na hora de conceder benefícios, são de uma generosidade sem par. Concederam aumentos de até 75% à magistratura, MP e serventuários da Justiça. O total passou de 70 bilhões de reais, muito mais que o governo quer economizar. Dilma vetou esse aumento, mas, ele voltará a ser discutido. Nesse quadro, o papel da oposição tem sido lastimável. Contrariando tudo que pregou na campanha eleitoral, atualmente aprova os aumentos. No governo FHC, o PSDB conseguiu aprovar o Fator Previdenciário, que exigia uma combinação de tempo de serviços e de contribuições para concessão de aposentadoria plena. Agora, na oposição, colaborou, para que esse fator fosse extinto. Também aprovou os aumentos fantásticos do poder judiciário. O PMDB foi ainda pior: Embora diga, que está no governo, aprovou a gastança e seu aumento. Tudo isso está acontecendo, quando crise na Grécia está em foco. Ela mostra o que acontecerá com o Brasil em futuro próximo. Naquele país, tempos atrás, um governo esquerdista, aumentou gastos com salários e aposentadorias e criou uma dívida pública impagável. A conta chegou. As solução seria tomar medidas para diminuir os gastos. Precisaria diminuir gastos com salários e aposentadorias, aumentar impostos, fechar bancos e proibir a retirada de depósitos. Então renegociar a dívida. Mas, o governo foi vencido e a esquerda tomou o poder. Ela resolveu convocar um plebiscito, para ver se as medidas de contenção deveriam ser realizadas. Os eleitores votaram NÃO. Mas, depois de negociações penosas com os credores, foi obrigado aprovar as medidas de diminuição, já que não havia outra solução. Será, que o Brasil não vai aprender a lição da Grécia? Será, que governo e oposição não estão vendo que precisam entrar num acordo para evitar o desastre anunciado?
(Colaboração de Antonio Carlos Álvares da Silva, advogado bebedourense).