Não basta ser oposição, há que ser provocativa

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“Dos regimes que vingaram, a democracia é o melhor sistema de governo, não porque represente a vontade da maioria, mas porque pode-se trocar cada vez que dá errado”. Essa idéia do físico David Deutch nos dá um certo alívio.
Desde que nos entendemos por gente, começando a nos socializar, nos humanizando, criando vínculos, nos tornamos seres políticos. E na vida cotidiana, o homem se transforma em ser político na medida em que conscientiza-se e não se aliena.
Segundo Aristóteles, o filósofo, na democracia constitucional, o homem ao precisar da companhia de outros homens, com leis que regulamentem as relações, onde vivem e convivem os mais variados agrupamentos, pode-se afirmar que seja verdadeira a necessidade desse homem, em participar politicamente para fortalecer-se como ser humano, tendo o bem comum como finalidade da sociedade política.
Mas infelizmente, quanto mais provinciano for o lugar de domicílio desses homens, mais dicotômica é a relação política, divididos que ficam entre a situação e a oposição. E nesse bolo dividido ao meio cabem mais ações provocativas, destemperadas e rixas pessoais do que debates ideológicos e vivência democrática, onde decisões deveriam ser tomadas com liberdade e respeito à maioria. E inversamente ao que se pretende na democracia, o que encontramos é o egocentrismo.
Pessoas pobres de espirito que podem ler o que for, sem ganhar nenhuma experiência com isso, posto que a leitura poderia lhes orientar por uma nova perspectiva. Não a leitura das redes sociais que chega a diminuir a pequenez de pensamentos medíocres. Falamos de livros, como nos indica o delegado seccional de Bebedouro, José Eduardo Vasconcelos, nesta edição de “O que você está lendo?”.
Seria uma espécie de redenção aos seres políticos moradores de Bebedouro.
Nunca se falou tanto de política, sem nunca ter se falado tão pouco de política. A verdadeira, digna de orientar novas ações, contributivas e não provocativas, conscientes e não alienadas, movidas pelo bem coletivo e não por rixas pessoais.

Publicado na edição nº 9750, dos dias 25 e 26 de setembro de 2014.